sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Primeira Resenha

A minha primeira resenha a ser postada não é uma resenha especificamente da geografia, mas claro que como tudo está interligado, vou colocar um dos meus primeiros trabalhos quando eu engressei na universidade.
A resenha é sobre o texto do Habermas sobre "Uma outra via para sair da filosofia do sujeito- razão comunicativa VS. Razão centrada no sujeito"
É uma visão interessante, porém que há suas falhas, ai está a resenha sobre esse texto.



Resenha: "Uma outra via para sair da filosofia do sujeito-
 razão comunicativa VS. Razão centrada no sujeito"

            Na teoria de Foucault ele afirma que quando se é proprietário do poder, há que se possuir o saber e aquele que possui o saber é também o dono do poder. Para ele, a sabedoria é uma forma de dominação.
Ele faz também uma "crítica radical à razão" mas ele não se livra das aporias inerentes a esse tipo de procedimento, quer dizer, a crítica à razão é obra da própria razão. Foucault diz que a verdade nas práticas discursivas funciona ao encobrir-se como vontade de verdade, como produtora do poder.
            Habermas diz que houve uma crítica a razão, porém na teoria do poder não há uma saída para essa situação. Para ele Foucault teve uma dificuldade em analisar o saber como produtor de poder num modelo alternativo ao de Heidegger, que é o da história do ser, dos modos de efetivação dos entes em cada época. E então, Foucault não teria sido original.
            Ele continua a crítica a teoria do Foucault, dizendo que ele tenta se elevar a outras pseudociências, com uma objetividade mais rigorosa, porém cai na própria armadinha com um relativismo incapaz de informar sobre os fundamentos de sua teoria.
            Então a subjetividade permite moldar as configurações da cultura moderna, que segundo ele considera o homem sendo capaz de determinar as leis da natureza e o conhecimento desta faz do homem livre. Os conceitos morais da modernidade estão adequados ao reconhecimento da liberdade subjetiva dos indivíduos.
            Segundo ele a filosofia do sujeito supõe uma imagem de sujeito, que é um sujeito ideal partilhado por todos os seres humanos, a forma ideal orientada pela razão. E a partir do momento em que há a formação de conceito ideal de sujeito há exclusão do outro, a existência de um não sujeito para a auto-afirmação do sujeito.
            Então ele menciona a racionalidade comunicativa, que é a capacidade dos sujeitos de interagirem em grupo, mediando seus interesses como iguais, no qual as ações são coordenadas pelo diálogo sincero, no qual todos são ouvidos. Ela parte do principio também de que a racionalidade comunicativa é um aspecto dos seres humanos e que sem a comunicação não haveria humanidade.
            Ele afirma que “a colonização do mundo da vida pelo sistema” tende a minimizar a comunicação, o que porém não deve levar à radicalização que produz a não diferenciação entre mundo da vida e sistema. A modernidade criou condições para manter a vida social diferenciada do sistema (poder político e econômico). A complexidade do sistema não significa o esmorecimento das formas modernas de vida, e de suas conquistas. Sistema e mundo da vida são estruturalmente diferentes
            A partir da crítica a filosofia do sujeito ele propõe uma alternativa, a ação comunicativa é fundada em um modelo de ação orientada no entendimento e então o individuo passa a não se ver mais como sujeito conhecedor das entidades do mundo. Isso ocorre porque a partir da razão comunicativa há a necessidade de um entendimento recíproco , pois caso não haja uma interação entre ambas as partes não é possível a comunicação.
A teoria da ação comunicativa afirma que o entendimento lingüístico é capaz de coordenar a ação social nas sociedades modernas. O entendimento lingüístico então implica uma ação subseqüente, que buscará a realização das metas dos participantes.
            O sujeito que interage a partir da linguagem, tem a possibilidade de uma relação diferente daquela na qual ele é conhecedor de todas as entidades do mundo, e passa a se enxergar como parte do mundo, como objeto dele.
            Na filosofia do sujeito, o Foucault afirma que há um esforço de transformar reflexivamente o ser-em-si em ser-para-si. Segundo Habermas essa auto tematização se faz desnecessária do ponto de vista do entendimento, pois a partir do momento em que o falante e o ouvinte passam a se entender frontalmente eles movem-se para o interior da vida em comum. Quando se comunica sobre determinado tema há um contexto e a partir desse contexto há vários recursos para o seu entendimento.
            Ele defende também que como cada pessoa tem experiências diferentes ao decorrer da vida, cada pessoa se torna única e insubstituível do ponto de vista da ação comunicativa, pois ao se comunicar com cada pessoa terá o conhecimento de diferentes horizontes. Então ninguém pode ter o conhecimento absoluto, pois cada um teve experiências diferentes, por isso a necessidade da comunicação.
            Sendo assim, na ação comunicativa não se pode excluir ninguém, pois cada um teve experiências diferentes no decorrer da vida.
            Vejo algumas falhas na teoria da comunicação, pois temos que considerar também que há pessoas que utilizam da comunicação para a persuasão das outras, como por exemplo, os psicopatas, os “charlatões” entre outras pessoas que utilizando da linguagem, se beneficiam prejudicando outras pessoas.
            Há que levar em consideração também que nem todas as pessoas estão dispostas a conhecer novos horizontes, o que significa que elas facilmente excluiriam outras pessoas de seu convívio e também não havendo a comunicação.
            Porém achei interessante a proposta da comunicação, pois partindo do ponto de vista dela poderíamos melhorar as relações humanas, de maneira a interagir com diferentes experiências e fazer disso uma maneira de aperfeiçoamento das relações. 

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